A Casa dos Espelhos de Cristal ou das feiticeiras, fadas e gnomos
Eduardo Lopes PrósperoEduardo Lopes Próspero
O livro faz a apologia da introdução duma certa fantasia no viver, e fá-lo de maneiras diferentes através das duas personagens: Gália e Rânia num universo representado pelas outras. Refere-se ainda aos desencontros e impossibilidades de encontrar reunidos numa única pessoa os atributos que encontramos dispersos em várias. Este é o drama de Manuel: ele e Erica e ele e Johana.
Gália é segundo o primeiro objectivo do livro a intérprete dessa fantasia no viver pois ela representa o que resta da tradição oral contista, daqueles que indo de aldeia em aldeia levando a essa gente simples a fantasia que lhes permitia compensar os desagrados da vida difícil do campo. As suas esperanças resumiam-se ao quase imediato duma boa colheita na próxima safra..
Por outro lado não existem nenhuns espelhos na casa que Manuel tem perto do lago, no sentido directo da expressão o que acontece é que ele e os amigos vão para lá libertar-se do efeito compulsivo dos reclamos luminosos das cidades onde vivem, das obrigações da profissão, das ambições, das lutas profissionais; é dos espelhos porque aí eles se mostram uns aos outros e se conhecem melhor.
