A Fila

Ana Esterque

Ana Esterque

“Olhava o minúsculo corte e a delgada linha de sangue que vagarosamente se expunha sobre o dedo, logo abaixo de sua unha colorida em vermelho. ´Vermelho rústico´, conforme havia dito a manicure no início da semana.

As frutas vermelhas, as unhas em vermelho rústico, o dedo levemente ferido. O corpo rústico como a cor do esmalte?

A condição humana era exposta e escancarada em um simples corte de um milímetro no dedo! Lembrou-se, inexplicavelmente, da existência da alma.

E a alma, que de rústico nada tem, e mais parece vapor, éter, e voa, voa.”

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