A Fina Flor do Entulho

Hermínio C. Francisco

Hermínio C. Francisco

Ou a natureza caprichou na sua obra, ou então a Bia Zarolha andou a abrir as pernas para outro que não o Felizberto, mas isso pouco importava, o importante é que ela trabalhava que nem uma moura para criar as suas duas filhas, pois o bêbedo do Felizberto mesmo antes de ter o acidente que o colocara numa cadeira de rodas já era um bêbedo militante, gastando tudo quanto ganhava em copofonia e comezainas.
A Romana a quem a rapaziada chamava, a fina flor do entulho muito cedo saiu de casa para ir morar com um pintarolas que lhe deu a volta ao miolo, e passado pouco tempo já o tal espertalhão lhe tinha arranjado lugar numa boîte de ataque a vender o pito. Volta e meia aparecia ali no beco a asilar em casa dos pais, e normalmente aparecia com marcas de ter levado umas boas palmadas.
Vaidosa, rancorosa, cagona, e meia-aluada, era um constante desassossego no Beco quando ela por ali aparecia, por parecia desafiar todos os homens que lhe punham a vista em cima. Mais parecia uma cadela com o cio, pois os cães não lhe largavam o cheiro. Ela era uma estampa de mulher, mas como Deus não pode dar tudo, tinha uma cabeça de merda.

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