Em 2081, no seu leito de morte – e quando já se discute a aplicação da fórmula para a vida eterna -, Amália Duarte está decidida a abandonar um mundo que já não reconhece.
Para partir em paz com a sua consciência, reúne os três netos e revela-lhes o segredo que escondeu ao longo da sua vida e que, de alguma forma, os implicava também a eles. Recuando ao atribulado início do século XXI, relembra o dia em que, impelida por uma rotina desencantada, pede demissão do emprego de sempre. Com a crise europeia a emoldurar um deprimente panorama, parte numa grande viagem com duas garantias – o desemprego e um futuro incerto – e uma certeza: a reinvenção urgente da sua própria vida.
“Fiquei com os olhos pregados no tecto e senti um vazio hediondo na alma, que ia sendo preenchido pela sensação de desgraça da minha própria vida.”
