Frederico Feitoza, 38 anos, é escritor e jornalista. Pesquisador na área de Mídia e Psicanálise, foi professor durante quatro anos no curso de Comunicação da Universidade Católica de Brasília. A cultura jovem do Distrito Federal o inspirou a escrever “Floriano Encapsulado”, especialmente as histórias que ouviu sobre uma curta, mas enigmática onda de suicídios em um shopping center da cidade. Hoje vive em Berlim, onde se dedica ao aprendizado da língua alemã e à produção literária. A sua luta de todos os dias é contra o desamor no mundo neoliberal.

 

 “Para Floriano não tinha como Robertinho ser um cara legal assim. Não só porque parecia mais velho e mais forte que os outros meninos. Nem porque olhava para as garotas como se fossem todas suas. Era principalmente porque usava disso tudo para se espalhar na hora do recreio, para distribuir a sua felicidade, mesmo a contragosto de alguns, como se fosse o rei daquela área: o lado do pátio perto da mangueira. E não fazia sentido haver um rei. Monarquias eram estúpidas, pensava. A Inglaterra era estúpida. O Brasil Colônia tinha sido estúpido. Por que precisavam de um rei da simpatia? Que hábito terrível!”

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