Bruxelas, Cidade de Exílios

Helena Cabeçadas

Helena Cabeçadas

“Entrar pela primeira vez na Universidade Livre de Bruxelas foi, para mim, uma experiência exaltante. Por todo o lado havia bancadas com livros, panfletos e bandeiras das mais diversas e opostas opções ideológicas: socialistas, comunistas, anarquistas, liberais, maoístas, dos movimentos pacifistas contra a guerra do Vietname, pela libertação dos povos colonizados, de apoio à revolução cubana, aos movimentos de defesa dos direitos cívicos, do Black Power... As bandeiras negras e vermelhas agitavam-se alegremente ao som das músicas revolucionárias, como a Internacional ou as canções de protesto francesas e anglo saxónicas. Para alguém que, como eu, vinha de um país submetido a uma longa ditadura, no qual toda a diversidade de pensamento era excluída e ferozmente perseguida, foi uma revelação, uma maravilha! (...) Apesar de me considerar comunista na altura, fiquei encantada com a coexistência democrática e livre das diferentes opções ideológicas. A possibilidade de ler e discutir em liberdade os mais diversos textos políticos e filosóficos foi uma sensação fantástica e que me fez sentir, literalmente, asas nos pés.”

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