Contos

Armando Martins

Armando Martins

O leitor pega num livro, concede-lhe uns instantes. Detém-se, hesita.

Livros lêem-se ainda. E como se lêem ou hão-de ler? Não sei. Saberá alguém?

Como se lerão estes contos? Um pouco de melancolia, de distância, não sendo indispensáveis, quiçá ajudem. São composições breves, de técnica variável, e acha-se nelas desde a narrativa na terceira pessoa até à feita na primeira. Predomina a narrativa na primeira pessoa, a que poderíamos chamar monólogo, solilóquio. Também há variantes e combinações.

Na sua diversidade não deixam os Contos de ter unidade, se não temática, pelo menos de tratamento, ambiente e tendência alusiva. Foram ademais escritas no estrangeiro, e talvez por isso lhes seja mais vincado o pendor evocativo.

A colectânea tem uns anos, e está bem assim, porque à nostalgia que a pervaga se junta uma pátina o seu tanto embaciada já, que é uma espécie de sorriso acolhedor e levemente triste. No fundo, o tempo é que dá às coisas o seu valor.

Eu sou suspeito na sugestão, porque é meu o que apresento, mas não me parece se venha o leitor a arrepender de ter escolhido o livro.

Utilizamos cookies próprios e de terceiros para lhe oferecer uma melhor experiência e serviço.
Para saber que cookies usamos e como os desativar, leia a política de cookies. Ao ignorar ou fechar esta mensagem, e exceto se tiver desativado as cookies, está a concordar com o seu uso neste dispositivo.