Será que tudo começou naquela prateleira da sala? As lombadas, já gastas pelo manuseamento diário dos dedos que com mestria viravam cada folha como se fossem desfazer. A letra tão perfeitamente desenhada, dava vida às receitas transcritas. E eu, seguia aquele ritual sem ousar respirar, para não perder pitada do que se avizinhava. Ainda sinto o cheiro da tinta do jornal, do barulho do virar da página em busca da coluna semanal da nossa gastronomia.
Eu era agora, o membro mais novo daquela tão conceituada família. Com ela, ia traçar um rumo novo e conquistar o mundo. Ia voar bem alto, onde só apenas aqueles que almejam a felicidade, conseguem. O preço é alto, mas a recompensa é a melhor de todas. E com isto em mente, abracei o que vinha aí e pus pés ao caminho.
De repente, a ficção tornou-se realidade. Do pequeno ecrã, saltou para a sala de aula. Talvez inspirados por diversos programas de culinária, pudemos experienciar em primeira mão, como era trabalhar em contra relógio. O que na televisão parece que vinte minutos são suficientes, na prática é bem diferente. É fácil fazer-se esta gestão temporal? Como corremos contra o relógio e fazemos dele, nosso aliado?