Júlia era uma mulher comum – enfermeira, casada, mãe de três filhos – seguindo o curso da vida normal até ao dia em que a rotina se quebra.
“A visão turva-se. O corpo estremece. Quero sair daqui! Preciso sair daqui! Tudo me parece estranho e ameaçador. Oiço chamar o meu nome mas não me identifico com ele. Ainda sou Júlia? Quem é Júlia? Calafrios, suores e por fim a náusea. A náusea que havia de colar-se ao meu corpo, como uma segunda pele, para sempre.”
Nesse momento, Júlia decide abrir o seu baú de memórias, recordando toda a sua vida desde a infância até ao momento atual, recordando, em paralelo, a vida de alguns dos seus antepassados que nunca conheceu. Tios e avós que, tal como ela, tiveram um pesado legado e carregaram o fardo da existência numa luta desleal entre o Homem e o seu Destino.
É a história de uma mulher normal que vê ruir tudo o que acreditou ser e possuir e se vê dividida entre o instinto de sobrevivência e a tentação de desistir de viver.