Eu, Tu e a Lua Cheia

Maria Tereza de Araújo Ferraz Gonçalves Ferreira

Maria Tereza de Araújo Ferraz Gonçalves Ferreira

Carta de Amor a uma Filha Amada

 

Alguém me trouxe uma rosa,

Tomei-a na minha mão

Olhei-a, era linda.

As suas pétalas eram finas e macias

Engraçado ... vi nelas o teu rosto.

Depois, olhei o caule

Era erecto, não quebrava com facilidade

Tal qual o teu carácter.

Nele despontavam algumas folhas verdes

Tão leves que baloiçavam à mais leve sopradela

Mas não tombavam, continuavam fixas e firmes.

Também aqui e ali se notavam alguns espinhos

Mas as suas feridas, se sangravam, não deixavam marcas.

Finalmente vinham as raízes, achei-as sem graça, ralas e finas,

Davam-me a sensação que aquela planta

Nunca se agarraria à terra, nunca iria medrar,

Engano meu, ela voltaria a medrar,

Ela ergueu-se sempre e se o terreno for menos favorável,

A flor não é tão linda,

Ela sofre e as pétalas tombam.

Mesmo assim, serão recolhidas por mãos hábeis

Que irão transformá-las em perfumes deliciosos,

Que irão perfumar as nossas casas, os nossos corpos e as nossas vidas.

Eu tinha razão querida

Esta rosa és mesmo tu, minha filha.

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