Este livro é um roteiro sentimental dos meus passados idos.
É sobretudo um repositório de memórias de mulheres que para o bem ou para o mal, enriqueceram a minha vida. Delas guardo saudades e afectos.
Outras memórias e afectos guardo da guerra colonial, um contraditório de opostos resolvido a cada dia.
Fernando Pessoa (Álvaro de Campos) e Alexandre O'Neill
guiaram os meus tempos e espaços como musas inspiradoras.
Mas seria injusto omitir Ary dos Santos, Herberto Hélder, Eugénio de Andrade e a Praça da Canção de Manuel Alegre.
A estes e tantos outros devo a noção de que a poesia pode ser (e é) carne e sangue que extravasa do poeta.
Escrever é de certa forma uma forma de morrer e renascer.
Ler deve ser uma forma de nos reconhecermos e nos revermos no caminho que escolhemos.