… quando olho para dentro de mim, estou sempre lá, a cheirar as gamboas, a espreitar as romãs, a vestir a bata branca, a brincar no recreio da escola, a rasgar os cadernos com a borracha da tinta ou a rebentar canetas dentro dos bolsos, a brincar com a Rosa Perpétua, a jogar à macaca ou ao macaquinho do chinês, a arrumar o baloiço para dar lugar aos chamiços, a aquecer as mãos ao lume, a fazer cabras à braseira, a provar os feijões da panela de barro da minha avó, a estrear as botas de borracha nas poças de água das primeiras chuvas, ou a correr com os meus amigos até ao largo da feira para contarmos as barracas e vermos chegar o circo…
Peta Maria
Trazes em ti a alegria
De uma terra de campos de flores.
Consigo, ao ler o que escreves,
Sentir todos os odores.
João Aço Ferreira