"Gaspar?" — "Sim" respondeu ele — "Precisa de ajuda?"
"Gaspar Valente?" — "Sim" respondeu ele novamente — "Como sabe o meu nome?"
A voz de Artur era pastosa, arrastada e rouca, com certeza devido à medicação e aos tubos que tivera enfiados na garganta.
"Estranho, quando falámos na morgue, disseste que tinhas quarenta e nove anos, eras meio asiático e que tinhas morrido de doença prolongada.
Parece que, afinal, eu estou vivo e tu também".
