Hoje chove. Faíscas de luz pintam o céu desta cidade. O meu teto, de cartão vai-se desfazendo no papel onde escrevo isto.
Eu ando desencontrado desta cidade: Eu insisto em procurar-me nelas; Ela em esconder-se de mim. Escrevo num banco de jardim, desgrenhado e maculado, abraçado ao álcool das noites mal dormidas, os cem abrigos que nela, na metrópole, existem. Sou um sem-abrigo na ânsia de um asilo. A respiração palpita-me a vontade em cada verso.
Bebo mais um gole. Vinho.
