Ao tentar contribuir para que a poesia seja uma abelha-mestra, estes três livros estão reunidos num só.
Na verdade, são três facetas de uma relação difícil com a ordem: a poesia em tema (quatro estações e meia); a poesia em duas versões (poemas domésticos) e textos selvagens (estes quase sem ordem e quase sem respeito pelo escritor).
Há um percurso de comboio (na maior parte das vezes) no livro primeiro, a pensar em momentos irreais e estranhos por que passámos e passamos.
Segue-se, no livro segundo, um pavor claustrofóbico mental, combinado com um desafio menos comum: entre as duas versões apresentadas, o/a leitor/a deverá eleger uma: sem dizer porquê a ninguém (se quiser), guarda para si a variante escolhida ou fará uma outra, ainda.
O livro terceiro agrupa pedaços a pedir unidade, fragmentos que não existiriam, que não vivem em lado nenhum se não fossem, se não forem aqui lidos: tudo o que aqui fica escrito quer ser abraçado por um laço; o título é pouco original, mas muito genuíno.
