Alia & Alima - Diálogos Improváveis

Alberto Rebelo

Alberto Rebelo

«Estava siderado com o que ouvia…percebia. Sentia-me tão estranho ao aperceber-me de quantas diferenças havia entre nós e das barreiras que se levantavam. Senti-me de repente agoniado e a cabeça a girar loucamente. Recebi um pequeno «toque» no meu ombro esquerdo. Era um dos seis dedos de “ Zaiez" que me transmitia aquilo que me pareceu uma carícia, para me acalmar. Olhei para ela mas não me pareceu que sorrisse. No entanto, só retirou o dedo do meu ombro quando me viu recuperado. Não posso jurar, mas pareceu-me que semicerrara um dos olhos. Não pude evitar um comentário: «- Desculpem. É que um gajo recebe estas emoções fortes e… vai-se das ‘canetas’!» – Desabafei, revelando a minha surpresa. Ao que me respondeu: «- Melhor agora! Já sinto o teu equilíbrio regressar aos níveis habituais. Estudámos os vossos comportamentos, o vosso modo de vida, tudo o que pudesse ser útil para este contacto.» Continuou: «- Entre outras coisas, as formas verbal e não-verbal de comunicar entre vós. Assim, não fiques admirado por nos expressarmos na tua própria linguagem e de revelarmos, por vezes, conhecimentos sobre vós que à partida nos estariam, teoricamente vedados!». E desta feita fez um trejeito que traduzi por um sorriso.
«- Então,» - respondi em jeito de continuação, - «se me é permitido, deixa-me que te chame ‘Alima’» – disse-lhe, e voltando-me para “Zaiuz” – «e a ti ‘Alia’! ‘Alima’, de ‘alma irmã’. ‘Alia’, de ‘aliada’. Creio que compreendem o que quero dizer, para além de me ser muito mais fácil pronunciar!» – Concluí. Anuíram em simultâneo.»

Utilizamos cookies próprios e de terceiros para lhe oferecer uma melhor experiência e serviço.
Para saber que cookies usamos e como os desativar, leia a política de cookies. Ao ignorar ou fechar esta mensagem, e exceto se tiver desativado as cookies, está a concordar com o seu uso neste dispositivo.