Construindo Victoria

Clarisse A. Alvarenga

Clarisse A. Alvarenga

Acordei num lugar estranho. Tenho a mais absoluta certeza de que este não é meu quarto, apesar de estar todo mobiliado com as minhas coisas. Meu baú está bastante enferrujado, meus livros amarelados, minha escrivaninha está coberta de poeira.(...). Aindaestou bastante zonza, e não sei por quanto tempo fiquei desacordada, mas não estou mais em Londres. Minhas últimas lembranças estão enevoadas. Lembro de tentar fugir e não conseguir correr. Lembro de entrar numa casa desconhecida, e lá me encolher, trêmula e exausta. Lembro-me de um homem de olhos claros e ameaçadores. Sei que estava em Londres, prestes a comemorar a virada do século. Hugh não estava comigo. E agora aqui estou, temerosa de abrir uma simples folha de madeira e ver o que o mundo me reserva.

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