- Demorei, não foi?
– Pedindo desculpa Leonor.
- Nem por isso.
– Sem dar conta que o tempo voara mesmo.Já Leonor, não esperava pela resposta. E contente, espicaça.
- Estou a ver que a conversa foi agradável.
Maria sorri.
- Não vou negar. Se bem que…
- O quê? Conta-me! Conta-me tudo, ouviste?
- Lá estás tu!
- Isso digo-te eu! É claro que me contas…
- Quando formos embora, eu digo-te.
- Nem pensar. Estão todos distraídos, uns a beber, outros a fumar, espalhados por um canto…
Nem nos ouvem, acredita.
Mas Maria acredita, sim, na salganhada de sensações em que se vê metida. É difícil explicar, mas às vezes as conversas só parecem ter sentido em sítios que lhe são próprios. E esta é uma delas.
