Estilhaços e outros contos

Hélder Diniz

Hélder Diniz

“Dele nada mais resta agora para além (...) daquela mão ferida e entreaberta, voltada para o espaço, sobre uma poeira imensa de estilhaços radiantes de sol e de sangue gotejando sobre a relva.”(“Estilhaços”)

“E a noite explodiu então como (...) um corpo adolescente nas últimas convulsões do amor e da agonia, e de cujas cinzas nada mais resta agora para além de um vazio imenso e de um gigantesco diamante corroído pelo silêncio.” (“Terra-de-Ninguém”)

“Talvez, quem sabe, ao terminar o seu cigarro (...), Maria Feodorovna (...) acabe finalmente por lhe falar nessas tais cinzas dispersas e nos diamantes esquecidos de que ele um dia lhe falara e que entretanto se vão acumulando, metodicamente, dentro de si.(“Vaniuchka”)

“No fundo, já nem sequer se lhe pode chamar encruzilhada, pois os caminhos que ali vê já não vêm de parte alguma nem levam a sítio nenhum. A encruzilhada é tudo o que resta de algo que há tempos existiu e deixou agora de existir.”(“A Encruzilhada”)

“A partir desse dia, todos nós sentimos a falta (...) do seu olhar cheio de meiguice (...) recebendo, impávido, tudo o que pudesse vir:(...) fogo automático de metralhadoras Kalashnikov (...) ou um raminho de flores selvagens para ela deixado por algum jovem soldado anónimo, demasiado tímido para pessoalmente lhas oferecer.” (“Zona Zero”)

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