O Ponto de partida

João Vasconcelos Azevedo

João Vasconcelos Azevedo

“Hesitei. Coloquei a mão na porta, puxei um bocadinho e senti algo lá dentro a fazer peso como se estivesse quase a tombar. Espreitei e vi um vulto de cabelo grisalho sem vida e pronto para cair mal a porta se abrisse. Tentei encostar a porta novamente, mas nesse mesmo instante a mesma abriu-se com um som agudo e aquele corpo inerte caiu em cima de mim. 

Com esforço soltei-me e ao olhar para o lado vi dois olhos sem brilho muito abertos a cerca de dez centímetros de mim e senti um cheiro bolorento a entrar pelas minhas narinas. Dei um salto e corri em direção do fundo do palco. Com a atrapalhação quase não via uma pequena porta de madeira junto aos arbustos de pladur. Dirigi-me a medo e coloquei a mão na maçaneta. Rodei e a porta abriu. Espreitei e vi umas escadas de metal que desciam. Inspirei e comecei a descer. Foram dois lanços até encontrar uma porta corta-fogos. Meti a mão na barra vermelha e empurrei.”

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