(...) interrogo-me se, podendo, trocarias o império de areia que tens hoje pela boca esborratada de chocolate com que comigo te rias descontroladamente e pelo olhar cheio que então ostentavas. Gostaria de pensar que sim, que tudo darias por um dia de regresso ao nosso paraíso doce, mas suspeito que ainda não consegues perceber esta minha inquietação (...).
(...) fomos parar ao sopé da colina, a uma cabana abandonada no outro lado da vila, aonde por fim nos resguardámos da chuva que imaginávamos continuar a cair. Não me recordo do que falámos, mas gosto de pensar que falámos de imensos nadas e que nos fartámos de rir: eu da falha dos dentes da frente dela e ela da minha orelha direita em forma de asa de açucareiro (...)
(...) o que por fim te desejo, daqui donde te falo, é que não acredites quando disserem que a festa chegou ao fim (...).
